3 de fev. de 2009

Sobre a propriedade intelectual (pirataria)

E, hoje, leio algo na Wikipédia que me chama a atenção

"Os críticos temem que blogs não respeitam o copyright ou tenham credibilidade como fonte de notícia à sociedade"

E ai que me ocorreu a ideia de falar sobre a propriedade privada e mais especificamente, da propriedade intelectual.

É de conhecimento quase geral que o "copyright" (literalmente, direito de cópia) "protege" uma obra, seja ela de qual âmbito for, de possíveis plágios e cópias não autorizadas, e são autorizadas mediante os famosos royalties (dinheiro pago pelo uso de "produto" alheio mediante autorização).É a criação comercializada como produto de gôndola. Quase toda a obra cultural humana pode ser submetida ao copyright, músicas, filmes, livros, artigos científicos...todo o tipo de produção intelectual.

Feita essa introdução, vamos ao seu oposto. Usando como fonte a wikipedia, o copyleft é, em oposição ao copyright, resumidamente liberar o uso, manipulação, alteração, e/ou veiculação da produção intelectual.E a intenção é das melhores, deixar livre a outras pessoas que acrescentem a uma obra mais algum valor ou melhoria.

Agora, levando em conta nossos antagônicos copy "left" e "right", vemos que o "dono" de uma obra apenas o é por te-la criado. E é dono de algo virtual, inexistente no mundo físico, no máximo como um CD , DVD (ou blue-ray, mas os mais high-techs) ou uma folha de papel escrita com tinta vagabunda. O abstrato é a obra em sí, e não seu meio físico, logo restringir uma cópia de um CD de música é algo estúpido, pois está se copiando a mídia, e não plagiando a criação de alguém... do ponto de vista de mercado, apenas está fazendo uma gravadora/estúdio de cinema/etc mais pobre do que já estão com a internet hoje em dia.O autor nunca recebe os royalties em sua totalidade ou sequer recebe-os.

E agora chegamos no clímax de hoje: A pirataria

A pirataria tradicional existe a muitos séculos...desde que o homem navegou nos mares, rios e oceanos. Há texto antigos fazendo referencia a piratas chineses no século 5 a.c. que atacavam embarcações mundo afora...da mesma forma que os somalis estavam fazendo até poucos meses atrás.E com a popularização da internet, a pirataria digital também entrou no páreo. Pode se olhar que se está destruindo o mercado...e blah blah blah, mas se faz arte antes dela virar mercadoria, um problema corrente hoje.A propósito, pode-se substituir 'arte" por obra intelectual em qualquer parte deste texto, já que neste caso gozam de mesmo princípio. O problema dos direitos sobre uma propriedade é o fato dela se tornar mercadoria. Um artigo científico, uma música, não são mercadorias, mas são comercializadas como tal. Um músico não cria uma música BOA, DE QUALIDADE , E COM ESSÊNCIA, pensado em vende-la. Pode sim, criar músicas com uma intenção especifica, mas se for apenas um produto, deixa de ser arte.Assim como um cientista faz uma descoberta, escreve um artigo, com o fim de esclarecer o mundo com relação a seu assunto de pauta, e não para vender a patente de uma descoberta para uma empresa.

Certos conhecimentos deveriam ser de uso-fruto comum, e se possível, melhorado pela comunidade global. Essa é a ideia por trás da Wikipédia, de softwares livre como o firefox (browser da internet) e de todo o tipo criação que se veicula pelo meio eletrônico através do copyleft. A cultura democratizada, o acesso a mesma, é a essencia dos piratas virtuais hoje.

E quem nunca baixou um mp3, que atire a primeira pedra, ou me empreste sua mansão para uma festa, porque haja dinheiro.