29 de ago. de 2009

音樂


"在音樂創建一種樂趣人性離不開。" (孔子)

"A música gera um tipo de prazer que a natureza humana não pode prescindir." (Confúcio)

A música é a mais subjetiva e efêmera, imediata, das belas artes. Sua manifestação, é , em uma só palavra, etérea . O que a leva a ser elevada como prazer necessário a humanidade? Se tem esse caracter imaterial e efêmero. Pelas vias de fato, não vejo resposta a esta pergunta. Mas há outro proverbio chinês, também de confúcio, que talvez elucide algo:

“更重要比知道答案,是要了解的問題。” (孔子)

"Mais importante que saber as respostas, é compreender as perguntas." (Confúcio)

5 de mai. de 2009

Sobre...contemplar


Contemplar...como me agrada! a magia dos pensamentos...sendo transados, pensados, vividos, corridos, através dos caminhos da mente. O simples refletir... recriar , arquitetar, raciocinar.

Contemplo o mundo... da forma mais pura...a lua, o sol, a grama... os pequenos animais, diúrnos, noturnos... contemplo a vida, o efêmero , o intenso, e o tranquilo, o pacífico e o aterrorizante. O cêu, com suas milhares de estrelas.

Contemplo...a mim mesmo, os atos, pensamentos, criações , medos , infantilidades , amores .

E sigo...e seguirei, na minha única ligação com o mundo. O ato de contemplar

14 de mar. de 2009

Sobre a falta de tempo (viva a sexta-feira)



A falta de tempo. Sempre falta tempo...nunca há suficiente para se fazer tudo.As vezes passa e não se acaba fazendo nada.Porque essa pressão tão grande...essa pressa tão intensa.

Dizei, os sábios contemporâneos, magnatas do capitalismo, barões do petróleo e gente afim, graduada, "entendida" , "vencedores", que o tempo tem que ser administrado. Mas afinal... como se administra o tempo? como falta tempo?

Honestamente falando, o tempo é fluxo...contínuo, pelo menos no macrocosmo que vivemos, sem velocidades da luz por enquanto aqui.E o que sofremos não é a falta dele, nem a má administração do mesmo. Sofremos com o excesso de atividades, com a incrível quantidade de trabalho dispensável e estúpido que despendemos como meras engrenagens na vida cotidiana. O tempo se esvai com futilidades.

E nem só de futilidades se vive a vida. Na realidade, nessa rotina insana, moderna, depressa...nem dá tempo para as futilidades...a "nova modernidade" chegou com sua velocidade acelerada e nos leva só no arrasto.

Mas como ninguém é pago para pensar, refletir ou criar de forma sincera...vamos rodando as engrenagens desse mundo mundano, sem graça, fútil e inútil, vil e execrável com nosso precioso tempo dizendo.....até o fim de semana.

3 de fev. de 2009

Sobre a propriedade intelectual (pirataria)

E, hoje, leio algo na Wikipédia que me chama a atenção

"Os críticos temem que blogs não respeitam o copyright ou tenham credibilidade como fonte de notícia à sociedade"

E ai que me ocorreu a ideia de falar sobre a propriedade privada e mais especificamente, da propriedade intelectual.

É de conhecimento quase geral que o "copyright" (literalmente, direito de cópia) "protege" uma obra, seja ela de qual âmbito for, de possíveis plágios e cópias não autorizadas, e são autorizadas mediante os famosos royalties (dinheiro pago pelo uso de "produto" alheio mediante autorização).É a criação comercializada como produto de gôndola. Quase toda a obra cultural humana pode ser submetida ao copyright, músicas, filmes, livros, artigos científicos...todo o tipo de produção intelectual.

Feita essa introdução, vamos ao seu oposto. Usando como fonte a wikipedia, o copyleft é, em oposição ao copyright, resumidamente liberar o uso, manipulação, alteração, e/ou veiculação da produção intelectual.E a intenção é das melhores, deixar livre a outras pessoas que acrescentem a uma obra mais algum valor ou melhoria.

Agora, levando em conta nossos antagônicos copy "left" e "right", vemos que o "dono" de uma obra apenas o é por te-la criado. E é dono de algo virtual, inexistente no mundo físico, no máximo como um CD , DVD (ou blue-ray, mas os mais high-techs) ou uma folha de papel escrita com tinta vagabunda. O abstrato é a obra em sí, e não seu meio físico, logo restringir uma cópia de um CD de música é algo estúpido, pois está se copiando a mídia, e não plagiando a criação de alguém... do ponto de vista de mercado, apenas está fazendo uma gravadora/estúdio de cinema/etc mais pobre do que já estão com a internet hoje em dia.O autor nunca recebe os royalties em sua totalidade ou sequer recebe-os.

E agora chegamos no clímax de hoje: A pirataria

A pirataria tradicional existe a muitos séculos...desde que o homem navegou nos mares, rios e oceanos. Há texto antigos fazendo referencia a piratas chineses no século 5 a.c. que atacavam embarcações mundo afora...da mesma forma que os somalis estavam fazendo até poucos meses atrás.E com a popularização da internet, a pirataria digital também entrou no páreo. Pode se olhar que se está destruindo o mercado...e blah blah blah, mas se faz arte antes dela virar mercadoria, um problema corrente hoje.A propósito, pode-se substituir 'arte" por obra intelectual em qualquer parte deste texto, já que neste caso gozam de mesmo princípio. O problema dos direitos sobre uma propriedade é o fato dela se tornar mercadoria. Um artigo científico, uma música, não são mercadorias, mas são comercializadas como tal. Um músico não cria uma música BOA, DE QUALIDADE , E COM ESSÊNCIA, pensado em vende-la. Pode sim, criar músicas com uma intenção especifica, mas se for apenas um produto, deixa de ser arte.Assim como um cientista faz uma descoberta, escreve um artigo, com o fim de esclarecer o mundo com relação a seu assunto de pauta, e não para vender a patente de uma descoberta para uma empresa.

Certos conhecimentos deveriam ser de uso-fruto comum, e se possível, melhorado pela comunidade global. Essa é a ideia por trás da Wikipédia, de softwares livre como o firefox (browser da internet) e de todo o tipo criação que se veicula pelo meio eletrônico através do copyleft. A cultura democratizada, o acesso a mesma, é a essencia dos piratas virtuais hoje.

E quem nunca baixou um mp3, que atire a primeira pedra, ou me empreste sua mansão para uma festa, porque haja dinheiro.

11 de jan. de 2009

Sobre as relações afetivas ou A tragédia líquida

É incrível, a liquidez das relações nos dias de hoje. Em um instante, tudo flores, em outro, adeus. Essa é a forma de se relacionar do ser humano atual.

A ultra-individualização é, juntamente com a quantidade absurda de informação, a grande responsável por essas relações fúteis, superficiais, que se desfazem na mesma velocidade a qual se criam, quase que instantaneamente. E isso gera sofrimento, e com isso, o drama, o trágico.

Neste nosso mundo caótico (aspecto dionisíaco), nada mais natural que a ultra-individualização (este, um aspecto apolíneo) da nossa população e modo de vida. A vida, hoje, reproduz sem a beleza da arte, sem o coro dos sátiros, a tragédia grega. Uma tragédia sem essência, sem recheio, sem razão. Agimos, tolos, como atores e ao mesmo tempo expectadores da grande tragédia chamada vida. E a única redenção, é a morte, seja segundo o existencialismo (Sartre) , o Budo (código de honra japonês) ou qualquer outro tipo de corrente de pensamento que sirva à carapuça.

Devemos, nesta tragédia líquida, identificar quais os elementos que a compõe. As relações de poder socio-cultural e econômico, a individualização do ser, com a consequente indiferença crescente entre homens. A busca pela emoção forte, pela velocidade, pelo radical, pela intensidade, e cada vez mais distante fica a contemplação de nossa existência. Há uma busca incessante por sentimentos cada vez mais fortes...como uma droga em seu mais forte poder viciante, pedindo doses cada vez maiores.Nossos desejos por intensidade são assim como heroína, não basta mais apenas um pico. E, a contemplação, a admiração da existência, do mundo, do próprio amor que a cria, segue em baixa neste nosso século que começou. Sendo está, a essencia do coro sátiro.

Vivemos uma tragédia grega, sem o mais importante na tragédia em sí...A união entre o coro e o público.

7 de jan. de 2009

Sobre o modo de vida e a pos-modernidade

A fumar um cigarro, a tomar uma cerveja às 00:54 de uma quarta-feira, me pego refletindo sobre um tema extremamente pertinente.

Como as pessoas, nossos contemporâneos deste período de transição entre a idade contemporânea e pós-moderna, são adeptos de extremos. Raros são os que se mantém vivendo nesta vida aproveitando-a, e não pondo a mesma em risco, em função de excessos, e não acho necessário cita-los.E , como outra face da moeda, há aqueles que não aproveitam a vida. Podemos chama-los de "certinhos" "caretas" ou qualquer adjetivo de cunho pejorativo para almofadinha. Ambos são frutos de certas características pós-modernas, como o ultra-individualismo , o medo generalizado e a liquidez das relações interpessoais.

Vejo certas atitudes necessárias perante a vida. Correr riscos, pensar mais coletivo, criar vínculos duradouros ou intensos, melhor ainda, ambos. Todas, atitudes escassas na sociedade hoje. As pessoas hoje vivem reclusas em suas moradias ou pior ainda vivem reclusas em um mundo de ilusões, de aparência, de sonhos lisérgicos. O medo atinge todas as esferas, vivemos na ditadura do medo. O medo do outro, o medo irracional que nosso semelhante, membro da nossa espécie, irmão perante muitas religiões, é deveras estúpido e nefasto. O medo das relações, pois elas hoje se dão de forma supérflua, superficial, não se quer deixar-se descobrir e descobrir o outro, onde sequer há espaço para uma paixão avassaladora, que cria certos excessos mas não em exagero, não a ponto de por vidas ou objetivos em risco. Medo esse, que gera paranóia coletiva, com a violência, com a rua, com o outro.

Outro ponto interessante desse nosso momento histórico atual é o trabalho. Com a dominação burguesa sobre a sociedade global, vivemos na cultura do consumo, e consequentemente aquele que não produz trabalho(no sentido marxista da palavra) é desvalorizado. As artes,de forma pura e até mesmo a ciência pura, foi posta em segundo plano. O importante é consumir bens, sejam necessários ou não. Até mesmo a arte, já decadente desde o fim da tragédia grega, se esmigalhou e se transformou em algo que Nietzsche nunca sonharia: Um produto e gôndola. O próprio homem teórico, hoje se torna homem capital, nossa sociedade passou de valores helênicos a alexandrinos a valores de burgos. A produção intelectual se tornou mercadoria fina, bem de luxo a uns poucos.

A tanto mais a se falar, a se bradar aos quatro ventos, sobre como nosso mundo é medíocre e retrógrado, mas será que ainda há "espíritos livres" , que me ouçam? Melhor ainda, que me entendam?